14 de agosto de 2009

Das mulas aos carros...

Certa vez, enquanto estudava história, li que, na época em que o Brasil era colônia, um cidadão poderia ser surpreendido por cobradores de impostos a lhe exigir o pagamento das taxas mais absurdas, como inclusive uma taxa que era cobrada de quem possuía uma mula. “Um absurdo!” pensei eu. “Ainda bem que vivemos em outros tempos onde abusos desse tipo não ocorrem.”
Pobre criança inocente era eu. O quão diferente é o nosso tempo se atualmente quem possui carro paga o famigerado IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores). Acompanhem meu pensamento (“e você pensa?!” Sei pelo menos metade de vocês fez essa piada). Antigamente o cidadão pagava imposto porque tinha mula, agora paga porque tem carro. Dá no mesmo.
Quando cheguei a essa conclusão há algum tempo fiquei indignado e o assunto não saiu da minha mente. Não demorou a que eu percebesse que a extensão do problema é ainda maior. Como? Assim:
Você resolve comprar um carro (veículo automotor), portanto paga IPVA. Mas o carro é um produto industrializado, logo você paga também IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados). Se houverem peças importadas no carro o Imposto sobre Importação entra na conta também. Ao comprar o carro você está promovendo uma circulação de mercadoria, portanto paga ICMS (Imposto s/Circulação de Mercadorias e Serviços). Tem também a taxa de licenciamento anual de veículo. Como provavelmente você não vai ter dinheiro suficiente para comprar o carro à vista, vai ter que financiar o resto, e lá vem IOF (Imposto sobre Operações de Crédito Financeiro). Para aqui, bom... não, porque carro não anda sem combustível, e é aí que entra a CIDE - Combustíveis (Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico). Ah, vale lembrar que você também paga ICMS pelo combustível.
O que vocês devem estar pensando agora... “Um absurdo, um disparate, um despropósito, desatino, falta de respeito com o cidadão, o governo está nos roubando com tantos impostos...”

E eu só falei de carro...

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